sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

fenómeno da religiosidade e história do problema religioso.


1. Introdução

Neste presente trabalho que versa sobre o fenómeno da religiosidade assim como da história do problema religioso. Pretendemos demonstrar na primeira parte do trabalho que dentre os seres vivos o homem é o único animal que participa desta manifestação com o divino. Desde muito cedo o homem tomou consciência da sua originalidade e da sua dignidade própria e vemos que essa dignidade está expressa na visão religiosa do universo.
Vemos que a concepção religiosa, enquanto faz do homem uma criatura de um Ser Supremo e Soberano, de um Juiz que pune e recompensa, humilha o homem, mas por outro lado, exalta-o na medida em que foi criado a semelhança Deus. Vemos que nesta perspectiva existe muita diferença entre o homem e o resto dos animais.[1]
Na segunda parte do nosso trabalho procuraremos apresentar a história do problema da religiosidade não na dimensão do origem da religiosidade, mas pretendemos apresentar uma reflexão crítica em diferentes campos do saber. No século XX muitos foram os filósofos assim como fenomenológicos que apresentaram grandes reflexões críticas nesses diferentes campos do saber religioso.
Achamos que antes de abordarmos o tema em estudo é impotente que se defina o termo religião, pois só assim poder-se-á compreender melhor o tema.
Deste a existência do homem,este procurou dar certas imterpretação a partir de princípios religiosos. Foi esta condição que moveu vários pensadores a reflectir sobre o fenómeno religioso dos quais passo a citar:
Marx, Gimbattista, Feurbach, Comte. estes teoricos trazem uma reflexão diversificada sobre a religião.

Para Marx a religião surge para instalar as desigualdades, uma vez que a religião procura dar uma explicação sobre as condicões de cada ser humano. Ainda nesta perspectiva de Marx  defesores do capitalismo a religião não faz maior sentido. Para Marx a religião deve ser combatida.
Comte fala sobre lei dos tres estados. Matafisica, ausente na religião, teologico, onde o homem busca a explicação de certos acontencimentos no transcendental, que é  Deus. A ciência para Comte e fundamental pois esta permite a resolução dos problemas que o preocupam.
Para Gimbattista a religião desenpenha um papel relevante para a manutenção da ordem social. Certos governos tomaram a religião como instrumento central para governar os povos, assim como para orientar. Esta atitude nao moderna, visto desde os primordios vários teóricos ou governos usaram a religiáo como intrumento eficaz para a condução dos povos assim como a manunteção da ordem social.

2. Definição da Religião

Para começar abordagem do presente pesquisa é importante fazer uma tentava de definir o termo “religião”, para nos permitir delimitar claramente a orientação para a nossa discussão, pois trás consigo muita complexidade.
A palavra religião vem do latim religio, onde é formada pelo prefixo re, que significa “outra vez, de novo”; e o verbo ligare, que significa “ligar, unir, vincular”.
A Religião pode ser definida como um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que a humanidade considera como sobrenatural, divino e sagrado, bem como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crenças. Pode-se dizer que a religião para os antigos é a reactualização e a ritualização do mito.
No entanto, a religião não é apenas um fenómeno individual, mas também um fenómeno social. As religiões de facto são um conjunto de doutrinas, valores morais, códigos de conduta e senso cooperativo numa comunidade que exige não só uma fé individual, mas também adesão a um certo grupo social.
A religião é um fenómeno bastante complexo. Mircea Eliade afirma que “a religião não implica necessariamente a crença em Deus, em deuses ou fantasmas, mas refere a experiência do sagrado e, consequentemente se encontra relacionado com as ideias do ser, sentido e verdade[2]”. Nas várias culturais, essa ligação é simbolizada no momento de fundação de uma aldeia, vila ou cidade: o guia religioso traça figuras no chão (círculo, quadrado, triângulo) e repete o mesmo gesto no ar”[3], desde modo, os dois espaços delimitam o espaço sagrado, isto no ar e espaço no solo ou na terra que se torna consagrado.


2. O fenómeno religioso

Homem sempre apresenta-se como um ser religioso, pois “o fenómeno religioso é constitutivo como instintivo ao mesmo, mas só na fase neolítica é que sua crença veio a se evidenciar”[4]. Constata-se, então, que a revelação do sagrado tem um valor existencial, nada pode começar; nada se pode fazer sem uma orientação prévia, e toda orientação implica a aquisição de um ponto de referência. A hierofania (manifestação do sagrado), só se compreende num contexto cultural[5]. Vemos que historicamente o homem em todos os tempos se caracterizou com determinado comportamento religioso, que incluía ou inclui alguns elementos essenciais, que são crenças em forças superiores, desejo de salvação, sentimento e atitude de impotência perante esses poderes ou forças manifestado através de um ritual.
O homem em toda a sua actividade humana busca a alteridade, isto é, o outro na concepção de levi straus onde afirma, que o homem é impelido a posse em relação de reciprocidade com o outro.

É verdade que não é nosso interesse discutir quando apareceu o fenómeno religioso como experiência da humanidade[6], mas sim nos interessa dizer que o homem de todos os tempos se caracterizou por um determinado comportamento que incluía os seguintes elementos essenciais:
- Crenças em forças, poderes, deuses sobre humanos; Sentimentos e atitudes de impotência perante esses poderes, manifestados através de um ritual; Desejo de salvação[7].
A modo de experiência, se nos voltarmos para o passado imediato ou longínquo podemos dizer que todos os povos, que a história nos faz conhecer ou que a etnologia nos permite atingir, não encontramos um só sem religião. Assim sendo, a religião é universal no espaço e no tempo.
Antropologicamente, a religião impregna todos os aspectos da vida, é o elemento central da cultura e a chave de entendimento da sua identidade e dos seus valores. O fenómeno religioso encontra-se em todas as sociedades. Todas as populações têm a sua própria cosmovisão e possuem um conjunto de crenças sobre o mundo sobrenatural e é verificável em todas as culturas o relacionamento do homem com o mundo invisível.

2.1. O fenómeno religioso em Moçambique de hoje

3. História do problema religioso

Como nos referimos logo no inicio do nosso trabalho, ao pretendermos falar da história religiosidade, não queremos com isso falar da história no campo das origens, mas da história numa visão do campo dos saberes.
Procuraremos que apresentar alguns campos de saberes onde vemos serem importante para a percepção de tal história. Desde a antiguidade e notório que o fenómeno religioso sempre levava consigo graves problemas no campo do saber filosófico mas que esse problema fui matéria de grande estudo a partir da idade média ate hoje.
Na idade medieval muitos filósofos cristãos apresentam o fenómeno religioso numa dimensão cristã. Desta forma vemos que o cristianismo torna-se o centro de saber daí que todo o tempo era controlado pela Igreja prova disto é que o povo caminhava ao som dos sinos das grandes capelas. A Igreja determinava os grandes valores da fé impondo  dogmas desta forma vê que na Europa ocidental não existia ninguém que não acreditasse em Deus.
O cristianismo rompeu a união entre o homem e natureza, entre o espírito e o mundo carnal automaticamente distorcendo o relacionamento entre os dois em direcção oposta.[10] Vemos que a vida terrena era apenas um momento antes da eternidade que será vivida ao lado de Deus. A religião e vista como um vínculo natural, legítimo e obrigatório ao homem para com o seu criador, isto, segundo os teólogos cristão que dominaram o pensar desta época. Toda a idade medieval e vivida dentro de uma totalidade da religião aqui Deus revela as leis e por sua vez as mesmas são codificadas Pela Igreja de forma que era percebido pelos homens e por eles transformadas em teorias ou melhores dogmas.
Estas ideias só tiveram o seu término com o combate entre um Deus visto na visão teocêntrica para um Deus visto numa visão Antropocêntrica (século XVIII) com grandes filósofos existencialistas como Feuerbach, Marx.

3.1. O problema da religiosidade no campo da Teologia

            Numa demissão teológica a religião pode ser identificada com a própria fé, segundo nela se veja uma atitude de reverência autêntica para com Deus ou uma atitude exterior formalizado que oculta a face de Deus. Também se considera a religião como uma virtude que leva ao despenho determinadas obrigações rígidas dogmaticamente pela fé. As grandes religiões apresentam-se uma grande economia salvífica.

3.2. O problema da religiosidade no campo da filosofia

No campo da filosofia a religião recebe diversas definições segundo varias correntes a ponto de ser tratado de alienação no materialismo ateu. A religião aqui pode se vista sobre três ângulos ou pontos diferentes:
Primeiro vemos que o estudo da consciência do ser segundo o método da filosofia leva a imposição lógica por inferência do ser absoluto. Se a religião consiste numa relação entre o Ser e os seres, esta filosofia não só, não vê ai nenhuma objecção como postula uma relação essencial e necessária dos seres para o Ser. Segundo a filosofia pode considerar também em sim mesmo factos religiosos interpretado - os racionalmente na intenção de atingir a essência e o objecto da religião. Finalmente vemos que a filosofia pode aparecer globalmente a estrutura da acção religiosa na sua dimensão natural e sobrenatural como muitas vezes o estudo é feito com fins sectários chega-se frequentemente a negar a existência de um absoluto metafísica como contraditório em mesma como se debate qualquer história de salvação.

3.3. O problema da religiosidade no campo da sociologia

Sociologicamente a religião se identifica como as estruturas criadas pela sociedade. Vemos uma sociedade hierarquizada com cultos formalizados acompanhados de doutrinas dogmáticas. Aqui a Igreja é a sociedade perfeita muito bem organizada.

4. Conclusão

A religião assume um papel relevante para a manutenção da ordem social. Certos governos no passado assim como na actualidade adoptaram a religião para governar ,e sensebilizar as pessoas a crer nesta realidade. Gimbattista  vico olha para a religião e convida os governantes a se deixar guiar pelos principios religiosos para que as familias  e a sociedade vivam em harmonia e paz. Para outros teoricos como Marx ,Feurbach olham para a religião de uma forma crítica, pois para Marx a religião cria as desigualdades e no seu entender não contribui de uma forma positiva para o desenvolvimento das sociedades, para Marx conta mas o valor economico ou o capital.
Analisando as varias abordagens aqui apresentadas concordo com o postulado de vico, visto que a religião trava certos males que enfermam a nossa sociedade, uma vez que as pessoas dotadas destes princípios não se deixam guiar por outros  princípios, procuram levar uma vida aceite pela comunidade, Ou seja, sociedade.
A crença em divinidades e numa vida após a morte define o núcleo da religiosidade e se exprime na experiencia do sagrado. E a tendência em projectar uma vida futura leva-nos a considerar as primeiras manifestações religiosas como rituais fúnebres.




5. Bibliografia

CHAUI, Marilena. (2005).  Convite à Filosofia. Ed. Àtica, São Paulo, 2005.
AA.VV. (1992). Enciclopédia Logos Luso-Brasileira, Edições Verbo, IV,Lisboa-São Paulo.
Reale, Giovanni. (1990). História da filosofia. Antiguidade e Idade Média, I:, Edições Paulus.
São Paulo.
REALE, Giovanni, ANTISERI, Dário. (19902)   História da Filosofia, I, São Paulo.

SCHLENSINGER, Hugo / PORTO, Humberto, Dicionário Enciclopédico das Religiões, editorial vozes, Petrópolis, II.

ZILLES, Urbano. (1991). Filosofia de Religião, Edições paulinas, São Paulo.

Eliade, Mircea. (1989) The Quest, university of Chicago 1969, tradução de Teresa Louro Pérez. As origens. Lisboa.
_________________. O sagrado e o profano, A essência das religiões, Edições Livros do Brasil, Lisboa- São Paulo.

MARTÍNEZ, Francisco Lerma. (2007). África y sus formas de vida espiritual, edicines Laborum, España.
__________________. (1995). Religiões Africanas Hoje,Introdução ao estudo das Religiões Tradicionais Africanas, Edições Bosco, Maputo.











[1]Cfr:  TAVARES Manuel, Guia do estudante de Filosofia, ed. Presença,1999, p.178
[2] M. Eliade, The Quest, university of Chicago 1969, tradução de Teresa Louro Pérez. As origens. Lisboa 1989, P. 9.
[3] CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Ed. Àtica, São Paulo, 2005, P. 252.
[4] Cf., H. Schlensinger- H. Porto, Dicionário enciclopédico das religiões, Editorial Vozes, Petrópolis, II, 2195.
[5] Cf., Aa.VV. Religiões, 19-21.
[6] Uns admitem que o fenómeno religioso começou a ser manifestado pelo homem desde o momento que ele existiu, ou seja, é conatural ao homem; por sua vez, outros remontam a religião num contexto a cem mil anos atrás com o surgimento do homem Sapiens ou Neardenthal; cf., Aa.vv., História, 7, 3º ciclo de ensino básico, ed. Constância, Lisboa 1992, 9.
[7] Cf., Religião, in Enciclopedia Logos luso-brasileira, IV, ed., Verbo, Lisboa-São Paulo 1992, 234.
[8] Cfr. Semana Filosófica, Ano IV, II, 2003, p.40
[9] Cfr. Semana Filosófica, Ano IV, II, 2003, p.69
[10] EDERSON Perry, Passagem da Antiguidade ao Feudalismo, brasil,1998, p128

etica em levinas


1. Introdução
            A reflexão ética é uma das áreas mais importantes da filosofia, em virtude do homem procurar compreender a sua relação com os outros homens e com o mundo. Esta necessidade decorre do facto já observado por Aristóteles de que “(...) o homem e um ser sociável, o homem é um ser social e que permanece selvagem e não por acaso e ou um ser superior a espécie humana ou um monstro”[1].
            O homem assume-se consequentemente como um ser que apenas se compreende na sociedade e na relação com os outros homens. Desta forma está mais que evidente que “ a vida em sociedade traz consigo alguns benefícios ao homem, mas por outro lado fornece a criação de uma serie de limitações que certos momentos e em determinados lugares, são de tal modo numerosas e frequentes que chegam a afectar seriamente a própria liberdade humana. E apesar disso o homem continua vivendo em sociedade”[2].
            A ética tem, então como missão compreender o homem, não apenas na sua relação com um isolado, mas também com os outros enquanto comunidade. O viver em comunidade conduz sempre ao apelo de uma ética dos seus membros, aparecendo esta não só como elemento de união, mas também como fim a atingir.
            Neste trabalho temos como objectivo tratar da ética a partir da lente do filósofo Emmanuel Levinas. Este pensador agrega ao debate ético um olhar estigante do todo a partir do terceiro elemento o qual ele chama de “Outro”. Segundo levianas o homem não deve ser visto como uma totalidade, pois se vê o todo e despreza o rosto do outro que é o objectivo ético supremo. Desta forma quando pensamos nas relações humanas, precisamos sempre ter em mente que aquele que chega ao encontro é absolutamente outro em relação a mim. Será justamente a partir do rosto do outro que o filosofo levinas ira propor um novo filtro para a filosofia ocidental, marcada pela reflexão do todo.




2. Vida e obra

Pontuamos inicialmente que levianas nasceu em Kaunas, na lituânia em 1906. Filho de um casa judeu. Imigra para Ucrania ainda na infância onde em 1917 vive a revolucao Russa com 11 anos. Prosteriomente emigra da Ucrânia, para Franca, pais onde vai se radicalizar. É justamente na França onde Levinas inicia os estudos superiores em Estrasburgo em 1923.
Em 1927 comeca a estudar fenomenologia. Em 1928, vai para Alemanha  onde assiste um curso ministrado por Edmund e Heidegger um ano depois. Apois terminar a sua tese de doutoramento que defendeu “Teorias da intuicao na fenomenologia de Husserl” regressa a Franca em 1929.
Durante a II Gerra mudial,  Levinas passou cinco anos presos nos campos de concetração nazistas na Bretanha ( Alemanha).
De  regresso a Franca torna-se um regular conferecista do Colegio filosofico e começa uma intensa actividade nso meios intelectuais judeus, chegando a torna-se director da escola israelita orienatl de paris por 18 anos. Em 1964 tornou-se  professor em grandes universidades tendo e recebido também o título doctor Honoris causa em filosofia e teológia.
Só em, 1995 com 89 anos levinas morre, no dia 25 de Dezembro.
O exposto até então  evidência que o autor que ora aprsentamos teve uma experiência de vida um tanto itinerante e de certa forma marcada pelo sofrimento e traumatismo. Dai sua filosofia é fruto de tensão de vida, sofrimentos pessoal ( presão, familiares mortos, povo sofredor) toda esta experiência de vida que vão focar suas bases filosoficas na investigacão sombre a ética e as relaçõeses do ser humano.
No que concerne as obras podemos enquadar as obras no quadro cronologico que vai de 1929 -1979 onde estao enquadada em tres periodos de 1929-1951 todo seu pensamento centralizados na fenomenologia de Husserl e Heideggar; de 1952-1964 este periodo  e caracterizado pela produção de obras decaracter mas pessoal do autor. A principal obra deste momento foi Totalidade e Infinito (1961). Esta obra representa o apice dos trabalhos anteriores e constitui-se em ponto de referência fundamental para a comprensão das obras posteriores.
“De 1966-1979 as pesquisas deste periodo culminaram com a publicacao de duas importantes obras: Humanismo do outro (1972) e E outro que se pra além da Essencia (1974)”[3].


3. Ética da responsabilidade

Abordaremos nesta questão a luz do pensamento de Emmanuel levinas que distinguiu-se pela ênfase na ética como a primeira filosofia e pela afirmação de que a ética se baseia mais na experiencia directa da observação do outro do que da teoria, assim sendo, para compreender a ética em levinas, deve ter em conta primeiro a natureza e a cultura. Existem uma correlação entre a cultura e ethos, pois s o homem não faz nada que não tenha um valor para ele e  o mesmo o homem se manifesta na natureza. Desta forma, as expressões culturais do ethos são: fins, normais, valores e crenças, que são transmitidos.
Levinas fala de ética como manifestação da pessoa através do seu modo de agir na responsabilidade pelo outrem. Ele pretende a essência da responsabilidade que leva  a preconizar uma acção ética em favor do Outro, uma responsabilidade que não é só por nós, mas  toda a humanidade.
O objectivo de ética de Levinas, é que o mundo torne mais solidário, pois o responder o Outro como uma responsabilidade, “ a responsabilidade que não é a privação do saber da compreensão e da captação, mas excelência da proximidade ética na sua socialidade”[4].
A moralidade significa pensar no Outro, pois reconhecer o Outro fora de nós mesmos e tomar a consciência de que ele merece a nossa consideração é um facto moral muito importância, na ética Levinas.

4. A responsabilidade pelo Outro

Nesta questão, onde levinas aborda sobre a Ética da Responsabilidade, parte da ideia de que ética é a filosofia primeira,  no face-a-face do rosto humano que se irrompe todo sentido. Diante do rosto do outro o sujeito se descobre responsável e lhe vem a ideia do infinito.”[5]
Levinas percebe que o pensamento ocidental, a partir da filosofia grega, se desenvolveu como discurso de dominação. O Ser dominou a Antiguidade e a Idade Média, sendo depois substituído pelo eu desde a época moderna até os nossos dias, porém, sempre sob o mesmo sinal: a unidade unificadora e totalizante que exclui o confronto e a valorização da diversidade, entendida como abertura para o outro.
Assim sendo, levinas transmite o alerta de uma emergência ética de se repensar os caminhos da filosofia a partir de um novo paradigma, de se partir do já em direcção ao Outro. “Entendo a responsabilidade como responsabilidade por outrem, portanto, como responsabilidade por aquilo que não fui eu que fiz, ou não me diz respeito; ou que precisamente me diz respeito, é por mim abordado como rosto.”[6] O rosto segundo levinas é mesmo que exterioridade, a prova da existência divina do Outro absoluto
Na mesma óptica, Kant concebe a responsabilidade como autonomia da vontade, uma atitude nova, uma vez que a lei formada por um sujeito é também a da humanidade toda inteira.
A responsabilidade só pode se manifestar na relação com o rosto do outro que reconhece a minha responsabilidade por ele. “O homem é princípio e genitor de seus actos como o é de seus filhos”[7], isto é, a responsabilidade depende do indivíduo que age.

5. A presença do Outro e a possibilidade da Justiça

Para levinas, a presença do Outro é preciso ser encarado com respeito. Mas não podemos desenvolver este estudo sem primeiro explicar melhor ou responder a pergunta que na medida do possível pode nascer dentro de nós: o que é respeita? Para compreender o que é respeito é necessário saber primeiro o que é justiça.
Levinas relaciona a justiça como dar a cada um o seu direito, isto é, a justiça respeita no outro o direito de existir, de ser ele próprio, respeita sua dignidade, a sua liberdade, ou seja, tudo o que eu devo e o que não devo fazer ao outro e a mim mesmo. Quando falamos da justiça em relação ao outro temos que saber distinguir duas coisas contrárias uma da outra, o mal e o bem.
A justiça abre-se ao outro e alcança nessa passagem seu próprio bem particular, assim sendo, o bem é afirmação do outro.

6. Ética, como atitude de escutar a voz do outro

Em todas as circunstâncias é necessário um ouvido que sabe escutar a voz do outro, isto é, uma abertura ética, um expor-se pelo outro e deixar que a voz do outro seja livre e autenticamente se expresse.
A atitude de escuta ética, segundo levinas leva-nos a um diálogo equilibrado entre a voz do outro e o ouvido aberto, pois é impossível compreender outro e sem atitude escuta. Saber escutar a voz do outro é deixá-lo ser Outro, deixar que seu modo de ser interpele. Acima de tudo é necessário depositar nele a confiança como uma possibilidade de interpretação da voz do Outro, pois a confiança é obedecer a voz do outro, ter fé na alteridade.

7. Ser ético no pensamento de Emmanuel Levinas[8]
            Nesta visão de ontologia ético, levinas parte duma critica a escolástica heideggriana, pois considera a solidão do ser, ou seja, “a relação funtamental, em Heidegger, não é a relação com o outrem, mas com a morte.”[9]
            Heidegger ve o ser como fundamento último da realidade, assim sendo, não se encontra uma harmonia na questão da ética sendo esta sim a realidade primordial. Na sua ética e infinito, Levinas procura elevar o rosto do outro como transcental e não como produto. O ser deve ser visto numa visão ético e nao puramente metafisico que ignora aspectos humanos, o ser sem aspcto ético não pode ser compreendido, pois devemos cuidar e valorizar o ser do outro. A ética deve permitir a busca da transcendencia.
            O rosto do ser humano se torna o ponto fundamental. “ o facto de ser é o que há mais privado; a existencia é a única coisa que não posso comunicar; posso contá-la, mais não posso partilhar a minha existencia (...) o social está além da ontologia”[10]. o ser ético ou mesmo individuo é produto das suas experiencias no mundo, onde o outro existe.
            Para levinas um dos grandes problema da ontologia é reduziro Outro ao mesmo, “pois só pode um relacionamento entre eu e outro se este mesmo for fundado nos pricípios éticos”[11]. Aqui a ética não aparece como suplemento de uma base existencial prévia, é na ética entendida como responsabilidade que se dá o próprio nó do subjectivo.


8. Conclusão

            Chegando atona da presente pesquisa, onde buscou clarificar filosoficamente as dimensões ou aspectos que constam no discurso sobre a ética em Emmanuel Levinas que teve o seu eco na ético da responsabilidade, associados nos aspectos fulcurais tais como; o rosto e significado do outro, o desejo do outro enquanto outro e a responsabilidade pelo outro.
            Conclui-se-á que a responsabilidade para com o outro parece como uma acção ética em favor  do Outro, uma uma responsabilidade que não é só para mim, mas  por toda humanidade. Com escolha, para que o mundo se torne mais solidário. Porque o homem pela sua natureza não pode viver sem estar em contacto com o outro, o outro que reconhece a minha existencia.
            Chegando ao fim da nossa pesquisa sobre a Ética da Responsabilidade – O rosto do Outro. Em suma, segundo levinas, para viver na paz procure sempre respeitar o outro, o direito do outro, para poder exigir que o outro te respeite. O outro nos interpela  ao ethos de amor-de-justiça, o amor ilustrado pelo bom. Levinas trás um novo paradigma na concepção ética, na medida em que ele busca trazer ao centro a responsabilidade de outro.


9. Bibliografia

LEVINAS, Emmanuel. Ética e infinito, Ed. 70, Lisboa, Portugal
EMMANUEL, Levinas. Ensaio sobre Alteridade
ARISTOTELES, Politica .Sao Paulo 1998
DALLAR Dalmo de Abreu, Elementos de teorias geral do estado, 1998
www.scribb.com/ Elsa Cristina de Lima Agra Amorim Brander. Ética da responsabilidade na filosofia de Emmanuel levina.
 http.www.consciencia.org/aristotelesjosemar.shtml.,


[1] ARISTOTELES, Politica .Sao Paulo 1998 p.29
[2] DALLAR, Dalmo de Abreu, Elementos de teorias geral do estado, 1998 2 p.50
[3] Cfr: revista Symposium 99. P47-51.
[4] EMMANUEL, Levinas. Ensaio sobre Alteridade.
[5] Cf. http://pt.Wikipedia.org/wiki/Emmanuel, 22 de Agosto de 2011
[6] LEVINAS, Emmanuel. Ética e infinito, Ed. 70, Lisboa, p. 85
[7] cF. http.www.consciencia.org/aristotelesjosemar.shtml., p. 33
[8] http://www.recantodasletras.com.br/artigos/1111004, acessado em 24 de Agosto de 2011
[9] LEVINAS, Emmanuel. Ética e infinito, Ed. 70, Lisboa, p.51
[10] Idem, p. 50
[11] www.scribb.com/ Elsa Cristina de Lima Agra Amorim Brander. Ética da responsabilidade na filosofia de Emmanuel levina. Acessdos em 22 de Agosto de 2011