1.
Introdução
A reflexão ética é uma das áreas mais
importantes da filosofia, em virtude do homem procurar compreender a sua relação
com os outros homens e com o mundo. Esta necessidade decorre do facto já
observado por Aristóteles de que “(...) o homem e um ser sociável, o homem é um
ser social e que permanece selvagem e não por acaso e ou um ser superior a espécie
humana ou um monstro”[1].
O homem
assume-se consequentemente como um ser que apenas se compreende na sociedade e
na relação com os outros homens. Desta forma está mais que evidente que “ a vida
em sociedade traz consigo alguns benefícios ao homem, mas por outro lado
fornece a criação de uma serie de limitações que certos momentos e em
determinados lugares, são de tal modo numerosas e frequentes que chegam a
afectar seriamente a própria liberdade humana. E apesar disso o homem continua
vivendo em sociedade”[2].
A ética
tem, então como missão compreender o homem, não apenas na sua relação com um
isolado, mas também com os outros enquanto comunidade. O viver em comunidade
conduz sempre ao apelo de uma ética dos seus membros, aparecendo esta não só
como elemento de união, mas também como fim a atingir.
Neste
trabalho temos como objectivo tratar da ética a partir da lente do filósofo
Emmanuel Levinas. Este pensador agrega ao debate ético um olhar estigante do
todo a partir do terceiro elemento o qual ele chama de “Outro”. Segundo levianas o homem não deve ser visto como uma
totalidade, pois se vê o todo e despreza o rosto do outro que é o objectivo
ético supremo. Desta forma quando pensamos nas relações humanas, precisamos
sempre ter em mente que aquele que chega ao encontro é absolutamente outro em
relação a mim. Será justamente a partir do rosto do outro que o filosofo
levinas ira propor um novo filtro para a filosofia ocidental, marcada pela
reflexão do todo.
2. Vida e obra
Pontuamos
inicialmente que levianas nasceu em Kaunas, na lituânia em 1906. Filho de um
casa judeu. Imigra para Ucrania ainda na infância onde em 1917 vive a revolucao
Russa com 11 anos. Prosteriomente emigra da Ucrânia, para Franca, pais onde vai
se radicalizar. É justamente na França onde Levinas inicia os estudos
superiores em Estrasburgo em 1923.
Em
1927 comeca a estudar fenomenologia. Em 1928, vai para Alemanha onde assiste um curso ministrado por Edmund e
Heidegger um ano depois. Apois terminar a sua tese de doutoramento que defendeu
“Teorias da intuicao na fenomenologia de
Husserl” regressa a Franca em 1929.
Durante
a II Gerra mudial, Levinas passou cinco
anos presos nos campos de concetração nazistas na Bretanha ( Alemanha).
De regresso a Franca torna-se um regular conferecista
do Colegio filosofico e começa uma intensa actividade nso meios intelectuais
judeus, chegando a torna-se director da escola israelita orienatl de paris por
18 anos. Em 1964 tornou-se professor em
grandes universidades tendo e recebido também o título doctor Honoris causa em
filosofia e teológia.
Só
em, 1995 com 89 anos levinas morre, no dia 25 de Dezembro.
O
exposto até então evidência que o autor
que ora aprsentamos teve uma experiência de vida um tanto itinerante e de certa
forma marcada pelo sofrimento e traumatismo. Dai sua filosofia é fruto de tensão
de vida, sofrimentos pessoal ( presão, familiares mortos, povo sofredor) toda
esta experiência de vida que vão focar suas bases filosoficas na investigacão
sombre a ética e as relaçõeses do ser humano.
No
que concerne as obras podemos enquadar as obras no quadro cronologico que vai
de 1929 -1979 onde estao enquadada em tres periodos de 1929-1951 todo seu
pensamento centralizados na fenomenologia de Husserl e Heideggar; de 1952-1964
este periodo e caracterizado pela
produção de obras decaracter mas pessoal do autor. A principal obra deste
momento foi Totalidade e Infinito (1961). Esta obra representa o apice dos
trabalhos anteriores e constitui-se em ponto de referência fundamental para a
comprensão das obras posteriores.
“De
1966-1979 as pesquisas deste periodo culminaram com a publicacao de duas
importantes obras: Humanismo do outro
(1972) e E outro que se pra além da
Essencia (1974)”[3].
3. Ética da responsabilidade
Abordaremos nesta questão a luz do pensamento de Emmanuel levinas que
distinguiu-se pela ênfase na ética como a primeira filosofia e pela afirmação
de que a ética se baseia mais na experiencia directa da observação do outro do
que da teoria, assim sendo,
para compreender a ética em levinas, deve ter em conta primeiro a natureza e a
cultura. Existem uma correlação entre a cultura e ethos, pois s o homem não faz
nada que não tenha um valor para ele e o
mesmo o homem se manifesta na natureza. Desta forma, as expressões culturais do
ethos são: fins, normais, valores e
crenças, que são transmitidos.
Levinas fala de ética como manifestação da pessoa através
do seu modo de agir na responsabilidade pelo outrem. Ele pretende a essência da
responsabilidade que leva a preconizar
uma acção ética em favor do Outro, uma responsabilidade que não é só por nós,
mas toda a humanidade.
O objectivo de ética de Levinas, é que o mundo torne mais
solidário, pois o responder o Outro como uma responsabilidade, “ a
responsabilidade que não é a privação do saber da compreensão e da captação,
mas excelência da proximidade ética na sua socialidade”[4].
A moralidade significa pensar no Outro, pois reconhecer o
Outro fora de nós mesmos e tomar a consciência de que ele merece a nossa
consideração é um facto moral muito importância, na ética Levinas.
4. A responsabilidade pelo Outro
Nesta questão, onde levinas aborda sobre a Ética da
Responsabilidade, parte da ideia de que “ética
é a filosofia primeira, no face-a-face
do rosto humano que se irrompe todo sentido. Diante do rosto do outro o sujeito se descobre responsável e lhe vem a
ideia do infinito.”[5]
Levinas percebe que o pensamento ocidental, a partir da
filosofia grega, se desenvolveu como discurso de dominação. O Ser dominou a
Antiguidade e a Idade Média, sendo depois substituído pelo eu desde a época
moderna até os nossos dias, porém, sempre sob o mesmo sinal: a unidade
unificadora e totalizante que exclui o confronto e a valorização da
diversidade, entendida como abertura para o outro.
Assim sendo, levinas transmite o alerta de uma emergência
ética de se repensar os caminhos da filosofia a partir de um novo paradigma, de
se partir do já em direcção ao Outro. “Entendo a responsabilidade como
responsabilidade por outrem, portanto, como responsabilidade por aquilo que não
fui eu que fiz, ou não me diz respeito; ou que precisamente me diz respeito, é
por mim abordado como rosto.”[6] O
rosto segundo levinas é mesmo que exterioridade, a prova da existência divina
do Outro absoluto
Na mesma óptica, Kant concebe a responsabilidade como autonomia da vontade, uma atitude nova,
uma vez que a lei formada por um sujeito é também a da humanidade toda inteira.
A responsabilidade só pode se manifestar na relação com o
rosto do outro que reconhece a minha responsabilidade por ele. “O homem é
princípio e genitor de seus actos como o é de seus filhos”[7],
isto é, a responsabilidade depende do indivíduo que age.
5. A presença do Outro e a possibilidade da Justiça
Para levinas, a presença do Outro é preciso ser encarado
com respeito. Mas não podemos desenvolver este estudo sem primeiro explicar
melhor ou responder a pergunta que na medida do possível pode nascer dentro de
nós: o que é respeita? Para
compreender o que é respeito é
necessário saber primeiro o que é justiça.
Levinas relaciona a justiça como dar a cada um o seu
direito, isto é, a justiça respeita no outro o direito de existir, de ser ele
próprio, respeita sua dignidade, a sua liberdade, ou seja, tudo o que eu devo e
o que não devo fazer ao outro e a mim mesmo. Quando falamos da justiça em
relação ao outro temos que saber distinguir duas coisas contrárias uma da
outra, o mal e o bem.
A justiça abre-se ao outro e alcança nessa passagem seu
próprio bem particular, assim sendo, o bem é afirmação do outro.
6. Ética, como atitude de escutar a voz do outro
Em todas as circunstâncias é necessário um ouvido que
sabe escutar a voz do outro, isto é, uma abertura ética, um expor-se pelo outro
e deixar que a voz do outro seja livre e autenticamente se expresse.
A atitude de escuta ética, segundo levinas leva-nos a um
diálogo equilibrado entre a voz do outro e o ouvido aberto, pois é impossível
compreender outro e sem atitude escuta. Saber escutar a voz do outro é deixá-lo
ser Outro, deixar que seu modo de ser interpele. Acima de tudo é necessário
depositar nele a confiança como uma possibilidade de interpretação da voz do
Outro, pois a confiança é obedecer a voz do outro, ter fé na alteridade.
7. Ser ético no
pensamento de Emmanuel Levinas[8]
Nesta visão de ontologia ético,
levinas parte duma critica a escolástica heideggriana, pois considera a solidão do ser, ou seja, “a relação
funtamental, em Heidegger, não é a relação com o outrem, mas com a morte.”[9]
Heidegger ve o ser como
fundamento último da realidade, assim sendo, não se encontra uma harmonia na
questão da ética sendo esta sim a realidade primordial. Na sua ética e
infinito, Levinas procura elevar o rosto do outro como transcental e não como
produto. O ser deve ser visto numa visão ético e nao puramente metafisico que
ignora aspectos humanos, o ser sem aspcto ético não pode ser compreendido, pois
devemos cuidar e valorizar o ser do outro. A ética deve permitir a busca da
transcendencia.
O rosto do ser humano se
torna o ponto fundamental. “ o facto de ser é o que há mais privado; a
existencia é a única coisa que não posso comunicar; posso contá-la, mais não
posso partilhar a minha existencia (...) o social está além da ontologia”[10]. o
ser ético ou mesmo individuo é produto das suas experiencias no mundo, onde o
outro existe.
Para levinas um dos
grandes problema da ontologia é reduziro Outro ao mesmo, “pois só pode um
relacionamento entre eu e outro se este mesmo for fundado nos pricípios éticos”[11]. Aqui
a ética não aparece como suplemento de uma base existencial prévia, é na ética
entendida como responsabilidade que se dá o próprio nó do subjectivo.
8. Conclusão
Chegando
atona da presente pesquisa, onde buscou clarificar filosoficamente as dimensões
ou aspectos que constam no discurso sobre a ética em Emmanuel Levinas que teve
o seu eco na ético da responsabilidade, associados nos aspectos fulcurais tais
como; o rosto e significado do outro, o desejo do outro enquanto outro
e a responsabilidade pelo outro.
Conclui-se-á que a
responsabilidade para com o outro parece como uma acção ética em favor do Outro, uma uma responsabilidade que não é
só para mim, mas por toda humanidade.
Com escolha, para que o mundo se torne mais solidário. Porque o homem pela sua
natureza não pode viver sem estar em contacto com o outro, o outro que
reconhece a minha existencia.
Chegando ao fim da nossa
pesquisa sobre a Ética da Responsabilidade – O rosto do Outro. Em suma, segundo
levinas, para viver na paz procure sempre respeitar o outro, o direito do
outro, para poder exigir que o outro te respeite. O outro nos interpela ao ethos de amor-de-justiça, o amor ilustrado
pelo bom. Levinas trás um novo paradigma na concepção ética, na medida em que ele
busca trazer ao centro a responsabilidade de outro.
9. Bibliografia
LEVINAS, Emmanuel. Ética e infinito, Ed. 70, Lisboa,
Portugal
EMMANUEL, Levinas. Ensaio sobre Alteridade
ARISTOTELES,
Politica .Sao Paulo 1998
DALLAR
Dalmo de Abreu, Elementos de teorias geral do estado, 1998
www.scribb.com/ Elsa Cristina de Lima Agra Amorim Brander. Ética da responsabilidade na filosofia de Emmanuel levina.
http.www.consciencia.org/aristotelesjosemar.shtml.,
[1] ARISTOTELES,
Politica .Sao Paulo 1998 p.29
[2] DALLAR, Dalmo de Abreu, Elementos de teorias geral do estado,
1998 2 p.50
[3] Cfr: revista
Symposium 99. P47-51.
[7] cF.
http.www.consciencia.org/aristotelesjosemar.shtml., p. 33
[11] www.scribb.com/ Elsa
Cristina de Lima Agra Amorim Brander. Ética
da responsabilidade na filosofia de Emmanuel levina. Acessdos em 22 de
Agosto de 2011
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