sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

etica em levinas


1. Introdução
            A reflexão ética é uma das áreas mais importantes da filosofia, em virtude do homem procurar compreender a sua relação com os outros homens e com o mundo. Esta necessidade decorre do facto já observado por Aristóteles de que “(...) o homem e um ser sociável, o homem é um ser social e que permanece selvagem e não por acaso e ou um ser superior a espécie humana ou um monstro”[1].
            O homem assume-se consequentemente como um ser que apenas se compreende na sociedade e na relação com os outros homens. Desta forma está mais que evidente que “ a vida em sociedade traz consigo alguns benefícios ao homem, mas por outro lado fornece a criação de uma serie de limitações que certos momentos e em determinados lugares, são de tal modo numerosas e frequentes que chegam a afectar seriamente a própria liberdade humana. E apesar disso o homem continua vivendo em sociedade”[2].
            A ética tem, então como missão compreender o homem, não apenas na sua relação com um isolado, mas também com os outros enquanto comunidade. O viver em comunidade conduz sempre ao apelo de uma ética dos seus membros, aparecendo esta não só como elemento de união, mas também como fim a atingir.
            Neste trabalho temos como objectivo tratar da ética a partir da lente do filósofo Emmanuel Levinas. Este pensador agrega ao debate ético um olhar estigante do todo a partir do terceiro elemento o qual ele chama de “Outro”. Segundo levianas o homem não deve ser visto como uma totalidade, pois se vê o todo e despreza o rosto do outro que é o objectivo ético supremo. Desta forma quando pensamos nas relações humanas, precisamos sempre ter em mente que aquele que chega ao encontro é absolutamente outro em relação a mim. Será justamente a partir do rosto do outro que o filosofo levinas ira propor um novo filtro para a filosofia ocidental, marcada pela reflexão do todo.




2. Vida e obra

Pontuamos inicialmente que levianas nasceu em Kaunas, na lituânia em 1906. Filho de um casa judeu. Imigra para Ucrania ainda na infância onde em 1917 vive a revolucao Russa com 11 anos. Prosteriomente emigra da Ucrânia, para Franca, pais onde vai se radicalizar. É justamente na França onde Levinas inicia os estudos superiores em Estrasburgo em 1923.
Em 1927 comeca a estudar fenomenologia. Em 1928, vai para Alemanha  onde assiste um curso ministrado por Edmund e Heidegger um ano depois. Apois terminar a sua tese de doutoramento que defendeu “Teorias da intuicao na fenomenologia de Husserl” regressa a Franca em 1929.
Durante a II Gerra mudial,  Levinas passou cinco anos presos nos campos de concetração nazistas na Bretanha ( Alemanha).
De  regresso a Franca torna-se um regular conferecista do Colegio filosofico e começa uma intensa actividade nso meios intelectuais judeus, chegando a torna-se director da escola israelita orienatl de paris por 18 anos. Em 1964 tornou-se  professor em grandes universidades tendo e recebido também o título doctor Honoris causa em filosofia e teológia.
Só em, 1995 com 89 anos levinas morre, no dia 25 de Dezembro.
O exposto até então  evidência que o autor que ora aprsentamos teve uma experiência de vida um tanto itinerante e de certa forma marcada pelo sofrimento e traumatismo. Dai sua filosofia é fruto de tensão de vida, sofrimentos pessoal ( presão, familiares mortos, povo sofredor) toda esta experiência de vida que vão focar suas bases filosoficas na investigacão sombre a ética e as relaçõeses do ser humano.
No que concerne as obras podemos enquadar as obras no quadro cronologico que vai de 1929 -1979 onde estao enquadada em tres periodos de 1929-1951 todo seu pensamento centralizados na fenomenologia de Husserl e Heideggar; de 1952-1964 este periodo  e caracterizado pela produção de obras decaracter mas pessoal do autor. A principal obra deste momento foi Totalidade e Infinito (1961). Esta obra representa o apice dos trabalhos anteriores e constitui-se em ponto de referência fundamental para a comprensão das obras posteriores.
“De 1966-1979 as pesquisas deste periodo culminaram com a publicacao de duas importantes obras: Humanismo do outro (1972) e E outro que se pra além da Essencia (1974)”[3].


3. Ética da responsabilidade

Abordaremos nesta questão a luz do pensamento de Emmanuel levinas que distinguiu-se pela ênfase na ética como a primeira filosofia e pela afirmação de que a ética se baseia mais na experiencia directa da observação do outro do que da teoria, assim sendo, para compreender a ética em levinas, deve ter em conta primeiro a natureza e a cultura. Existem uma correlação entre a cultura e ethos, pois s o homem não faz nada que não tenha um valor para ele e  o mesmo o homem se manifesta na natureza. Desta forma, as expressões culturais do ethos são: fins, normais, valores e crenças, que são transmitidos.
Levinas fala de ética como manifestação da pessoa através do seu modo de agir na responsabilidade pelo outrem. Ele pretende a essência da responsabilidade que leva  a preconizar uma acção ética em favor do Outro, uma responsabilidade que não é só por nós, mas  toda a humanidade.
O objectivo de ética de Levinas, é que o mundo torne mais solidário, pois o responder o Outro como uma responsabilidade, “ a responsabilidade que não é a privação do saber da compreensão e da captação, mas excelência da proximidade ética na sua socialidade”[4].
A moralidade significa pensar no Outro, pois reconhecer o Outro fora de nós mesmos e tomar a consciência de que ele merece a nossa consideração é um facto moral muito importância, na ética Levinas.

4. A responsabilidade pelo Outro

Nesta questão, onde levinas aborda sobre a Ética da Responsabilidade, parte da ideia de que ética é a filosofia primeira,  no face-a-face do rosto humano que se irrompe todo sentido. Diante do rosto do outro o sujeito se descobre responsável e lhe vem a ideia do infinito.”[5]
Levinas percebe que o pensamento ocidental, a partir da filosofia grega, se desenvolveu como discurso de dominação. O Ser dominou a Antiguidade e a Idade Média, sendo depois substituído pelo eu desde a época moderna até os nossos dias, porém, sempre sob o mesmo sinal: a unidade unificadora e totalizante que exclui o confronto e a valorização da diversidade, entendida como abertura para o outro.
Assim sendo, levinas transmite o alerta de uma emergência ética de se repensar os caminhos da filosofia a partir de um novo paradigma, de se partir do já em direcção ao Outro. “Entendo a responsabilidade como responsabilidade por outrem, portanto, como responsabilidade por aquilo que não fui eu que fiz, ou não me diz respeito; ou que precisamente me diz respeito, é por mim abordado como rosto.”[6] O rosto segundo levinas é mesmo que exterioridade, a prova da existência divina do Outro absoluto
Na mesma óptica, Kant concebe a responsabilidade como autonomia da vontade, uma atitude nova, uma vez que a lei formada por um sujeito é também a da humanidade toda inteira.
A responsabilidade só pode se manifestar na relação com o rosto do outro que reconhece a minha responsabilidade por ele. “O homem é princípio e genitor de seus actos como o é de seus filhos”[7], isto é, a responsabilidade depende do indivíduo que age.

5. A presença do Outro e a possibilidade da Justiça

Para levinas, a presença do Outro é preciso ser encarado com respeito. Mas não podemos desenvolver este estudo sem primeiro explicar melhor ou responder a pergunta que na medida do possível pode nascer dentro de nós: o que é respeita? Para compreender o que é respeito é necessário saber primeiro o que é justiça.
Levinas relaciona a justiça como dar a cada um o seu direito, isto é, a justiça respeita no outro o direito de existir, de ser ele próprio, respeita sua dignidade, a sua liberdade, ou seja, tudo o que eu devo e o que não devo fazer ao outro e a mim mesmo. Quando falamos da justiça em relação ao outro temos que saber distinguir duas coisas contrárias uma da outra, o mal e o bem.
A justiça abre-se ao outro e alcança nessa passagem seu próprio bem particular, assim sendo, o bem é afirmação do outro.

6. Ética, como atitude de escutar a voz do outro

Em todas as circunstâncias é necessário um ouvido que sabe escutar a voz do outro, isto é, uma abertura ética, um expor-se pelo outro e deixar que a voz do outro seja livre e autenticamente se expresse.
A atitude de escuta ética, segundo levinas leva-nos a um diálogo equilibrado entre a voz do outro e o ouvido aberto, pois é impossível compreender outro e sem atitude escuta. Saber escutar a voz do outro é deixá-lo ser Outro, deixar que seu modo de ser interpele. Acima de tudo é necessário depositar nele a confiança como uma possibilidade de interpretação da voz do Outro, pois a confiança é obedecer a voz do outro, ter fé na alteridade.

7. Ser ético no pensamento de Emmanuel Levinas[8]
            Nesta visão de ontologia ético, levinas parte duma critica a escolástica heideggriana, pois considera a solidão do ser, ou seja, “a relação funtamental, em Heidegger, não é a relação com o outrem, mas com a morte.”[9]
            Heidegger ve o ser como fundamento último da realidade, assim sendo, não se encontra uma harmonia na questão da ética sendo esta sim a realidade primordial. Na sua ética e infinito, Levinas procura elevar o rosto do outro como transcental e não como produto. O ser deve ser visto numa visão ético e nao puramente metafisico que ignora aspectos humanos, o ser sem aspcto ético não pode ser compreendido, pois devemos cuidar e valorizar o ser do outro. A ética deve permitir a busca da transcendencia.
            O rosto do ser humano se torna o ponto fundamental. “ o facto de ser é o que há mais privado; a existencia é a única coisa que não posso comunicar; posso contá-la, mais não posso partilhar a minha existencia (...) o social está além da ontologia”[10]. o ser ético ou mesmo individuo é produto das suas experiencias no mundo, onde o outro existe.
            Para levinas um dos grandes problema da ontologia é reduziro Outro ao mesmo, “pois só pode um relacionamento entre eu e outro se este mesmo for fundado nos pricípios éticos”[11]. Aqui a ética não aparece como suplemento de uma base existencial prévia, é na ética entendida como responsabilidade que se dá o próprio nó do subjectivo.


8. Conclusão

            Chegando atona da presente pesquisa, onde buscou clarificar filosoficamente as dimensões ou aspectos que constam no discurso sobre a ética em Emmanuel Levinas que teve o seu eco na ético da responsabilidade, associados nos aspectos fulcurais tais como; o rosto e significado do outro, o desejo do outro enquanto outro e a responsabilidade pelo outro.
            Conclui-se-á que a responsabilidade para com o outro parece como uma acção ética em favor  do Outro, uma uma responsabilidade que não é só para mim, mas  por toda humanidade. Com escolha, para que o mundo se torne mais solidário. Porque o homem pela sua natureza não pode viver sem estar em contacto com o outro, o outro que reconhece a minha existencia.
            Chegando ao fim da nossa pesquisa sobre a Ética da Responsabilidade – O rosto do Outro. Em suma, segundo levinas, para viver na paz procure sempre respeitar o outro, o direito do outro, para poder exigir que o outro te respeite. O outro nos interpela  ao ethos de amor-de-justiça, o amor ilustrado pelo bom. Levinas trás um novo paradigma na concepção ética, na medida em que ele busca trazer ao centro a responsabilidade de outro.


9. Bibliografia

LEVINAS, Emmanuel. Ética e infinito, Ed. 70, Lisboa, Portugal
EMMANUEL, Levinas. Ensaio sobre Alteridade
ARISTOTELES, Politica .Sao Paulo 1998
DALLAR Dalmo de Abreu, Elementos de teorias geral do estado, 1998
www.scribb.com/ Elsa Cristina de Lima Agra Amorim Brander. Ética da responsabilidade na filosofia de Emmanuel levina.
 http.www.consciencia.org/aristotelesjosemar.shtml.,


[1] ARISTOTELES, Politica .Sao Paulo 1998 p.29
[2] DALLAR, Dalmo de Abreu, Elementos de teorias geral do estado, 1998 2 p.50
[3] Cfr: revista Symposium 99. P47-51.
[4] EMMANUEL, Levinas. Ensaio sobre Alteridade.
[5] Cf. http://pt.Wikipedia.org/wiki/Emmanuel, 22 de Agosto de 2011
[6] LEVINAS, Emmanuel. Ética e infinito, Ed. 70, Lisboa, p. 85
[7] cF. http.www.consciencia.org/aristotelesjosemar.shtml., p. 33
[8] http://www.recantodasletras.com.br/artigos/1111004, acessado em 24 de Agosto de 2011
[9] LEVINAS, Emmanuel. Ética e infinito, Ed. 70, Lisboa, p.51
[10] Idem, p. 50
[11] www.scribb.com/ Elsa Cristina de Lima Agra Amorim Brander. Ética da responsabilidade na filosofia de Emmanuel levina. Acessdos em 22 de Agosto de 2011

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