sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

fenómeno da religiosidade e história do problema religioso.


1. Introdução

Neste presente trabalho que versa sobre o fenómeno da religiosidade assim como da história do problema religioso. Pretendemos demonstrar na primeira parte do trabalho que dentre os seres vivos o homem é o único animal que participa desta manifestação com o divino. Desde muito cedo o homem tomou consciência da sua originalidade e da sua dignidade própria e vemos que essa dignidade está expressa na visão religiosa do universo.
Vemos que a concepção religiosa, enquanto faz do homem uma criatura de um Ser Supremo e Soberano, de um Juiz que pune e recompensa, humilha o homem, mas por outro lado, exalta-o na medida em que foi criado a semelhança Deus. Vemos que nesta perspectiva existe muita diferença entre o homem e o resto dos animais.[1]
Na segunda parte do nosso trabalho procuraremos apresentar a história do problema da religiosidade não na dimensão do origem da religiosidade, mas pretendemos apresentar uma reflexão crítica em diferentes campos do saber. No século XX muitos foram os filósofos assim como fenomenológicos que apresentaram grandes reflexões críticas nesses diferentes campos do saber religioso.
Achamos que antes de abordarmos o tema em estudo é impotente que se defina o termo religião, pois só assim poder-se-á compreender melhor o tema.
Deste a existência do homem,este procurou dar certas imterpretação a partir de princípios religiosos. Foi esta condição que moveu vários pensadores a reflectir sobre o fenómeno religioso dos quais passo a citar:
Marx, Gimbattista, Feurbach, Comte. estes teoricos trazem uma reflexão diversificada sobre a religião.

Para Marx a religião surge para instalar as desigualdades, uma vez que a religião procura dar uma explicação sobre as condicões de cada ser humano. Ainda nesta perspectiva de Marx  defesores do capitalismo a religião não faz maior sentido. Para Marx a religião deve ser combatida.
Comte fala sobre lei dos tres estados. Matafisica, ausente na religião, teologico, onde o homem busca a explicação de certos acontencimentos no transcendental, que é  Deus. A ciência para Comte e fundamental pois esta permite a resolução dos problemas que o preocupam.
Para Gimbattista a religião desenpenha um papel relevante para a manutenção da ordem social. Certos governos tomaram a religião como instrumento central para governar os povos, assim como para orientar. Esta atitude nao moderna, visto desde os primordios vários teóricos ou governos usaram a religiáo como intrumento eficaz para a condução dos povos assim como a manunteção da ordem social.

2. Definição da Religião

Para começar abordagem do presente pesquisa é importante fazer uma tentava de definir o termo “religião”, para nos permitir delimitar claramente a orientação para a nossa discussão, pois trás consigo muita complexidade.
A palavra religião vem do latim religio, onde é formada pelo prefixo re, que significa “outra vez, de novo”; e o verbo ligare, que significa “ligar, unir, vincular”.
A Religião pode ser definida como um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que a humanidade considera como sobrenatural, divino e sagrado, bem como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crenças. Pode-se dizer que a religião para os antigos é a reactualização e a ritualização do mito.
No entanto, a religião não é apenas um fenómeno individual, mas também um fenómeno social. As religiões de facto são um conjunto de doutrinas, valores morais, códigos de conduta e senso cooperativo numa comunidade que exige não só uma fé individual, mas também adesão a um certo grupo social.
A religião é um fenómeno bastante complexo. Mircea Eliade afirma que “a religião não implica necessariamente a crença em Deus, em deuses ou fantasmas, mas refere a experiência do sagrado e, consequentemente se encontra relacionado com as ideias do ser, sentido e verdade[2]”. Nas várias culturais, essa ligação é simbolizada no momento de fundação de uma aldeia, vila ou cidade: o guia religioso traça figuras no chão (círculo, quadrado, triângulo) e repete o mesmo gesto no ar”[3], desde modo, os dois espaços delimitam o espaço sagrado, isto no ar e espaço no solo ou na terra que se torna consagrado.


2. O fenómeno religioso

Homem sempre apresenta-se como um ser religioso, pois “o fenómeno religioso é constitutivo como instintivo ao mesmo, mas só na fase neolítica é que sua crença veio a se evidenciar”[4]. Constata-se, então, que a revelação do sagrado tem um valor existencial, nada pode começar; nada se pode fazer sem uma orientação prévia, e toda orientação implica a aquisição de um ponto de referência. A hierofania (manifestação do sagrado), só se compreende num contexto cultural[5]. Vemos que historicamente o homem em todos os tempos se caracterizou com determinado comportamento religioso, que incluía ou inclui alguns elementos essenciais, que são crenças em forças superiores, desejo de salvação, sentimento e atitude de impotência perante esses poderes ou forças manifestado através de um ritual.
O homem em toda a sua actividade humana busca a alteridade, isto é, o outro na concepção de levi straus onde afirma, que o homem é impelido a posse em relação de reciprocidade com o outro.

É verdade que não é nosso interesse discutir quando apareceu o fenómeno religioso como experiência da humanidade[6], mas sim nos interessa dizer que o homem de todos os tempos se caracterizou por um determinado comportamento que incluía os seguintes elementos essenciais:
- Crenças em forças, poderes, deuses sobre humanos; Sentimentos e atitudes de impotência perante esses poderes, manifestados através de um ritual; Desejo de salvação[7].
A modo de experiência, se nos voltarmos para o passado imediato ou longínquo podemos dizer que todos os povos, que a história nos faz conhecer ou que a etnologia nos permite atingir, não encontramos um só sem religião. Assim sendo, a religião é universal no espaço e no tempo.
Antropologicamente, a religião impregna todos os aspectos da vida, é o elemento central da cultura e a chave de entendimento da sua identidade e dos seus valores. O fenómeno religioso encontra-se em todas as sociedades. Todas as populações têm a sua própria cosmovisão e possuem um conjunto de crenças sobre o mundo sobrenatural e é verificável em todas as culturas o relacionamento do homem com o mundo invisível.

2.1. O fenómeno religioso em Moçambique de hoje

3. História do problema religioso

Como nos referimos logo no inicio do nosso trabalho, ao pretendermos falar da história religiosidade, não queremos com isso falar da história no campo das origens, mas da história numa visão do campo dos saberes.
Procuraremos que apresentar alguns campos de saberes onde vemos serem importante para a percepção de tal história. Desde a antiguidade e notório que o fenómeno religioso sempre levava consigo graves problemas no campo do saber filosófico mas que esse problema fui matéria de grande estudo a partir da idade média ate hoje.
Na idade medieval muitos filósofos cristãos apresentam o fenómeno religioso numa dimensão cristã. Desta forma vemos que o cristianismo torna-se o centro de saber daí que todo o tempo era controlado pela Igreja prova disto é que o povo caminhava ao som dos sinos das grandes capelas. A Igreja determinava os grandes valores da fé impondo  dogmas desta forma vê que na Europa ocidental não existia ninguém que não acreditasse em Deus.
O cristianismo rompeu a união entre o homem e natureza, entre o espírito e o mundo carnal automaticamente distorcendo o relacionamento entre os dois em direcção oposta.[10] Vemos que a vida terrena era apenas um momento antes da eternidade que será vivida ao lado de Deus. A religião e vista como um vínculo natural, legítimo e obrigatório ao homem para com o seu criador, isto, segundo os teólogos cristão que dominaram o pensar desta época. Toda a idade medieval e vivida dentro de uma totalidade da religião aqui Deus revela as leis e por sua vez as mesmas são codificadas Pela Igreja de forma que era percebido pelos homens e por eles transformadas em teorias ou melhores dogmas.
Estas ideias só tiveram o seu término com o combate entre um Deus visto na visão teocêntrica para um Deus visto numa visão Antropocêntrica (século XVIII) com grandes filósofos existencialistas como Feuerbach, Marx.

3.1. O problema da religiosidade no campo da Teologia

            Numa demissão teológica a religião pode ser identificada com a própria fé, segundo nela se veja uma atitude de reverência autêntica para com Deus ou uma atitude exterior formalizado que oculta a face de Deus. Também se considera a religião como uma virtude que leva ao despenho determinadas obrigações rígidas dogmaticamente pela fé. As grandes religiões apresentam-se uma grande economia salvífica.

3.2. O problema da religiosidade no campo da filosofia

No campo da filosofia a religião recebe diversas definições segundo varias correntes a ponto de ser tratado de alienação no materialismo ateu. A religião aqui pode se vista sobre três ângulos ou pontos diferentes:
Primeiro vemos que o estudo da consciência do ser segundo o método da filosofia leva a imposição lógica por inferência do ser absoluto. Se a religião consiste numa relação entre o Ser e os seres, esta filosofia não só, não vê ai nenhuma objecção como postula uma relação essencial e necessária dos seres para o Ser. Segundo a filosofia pode considerar também em sim mesmo factos religiosos interpretado - os racionalmente na intenção de atingir a essência e o objecto da religião. Finalmente vemos que a filosofia pode aparecer globalmente a estrutura da acção religiosa na sua dimensão natural e sobrenatural como muitas vezes o estudo é feito com fins sectários chega-se frequentemente a negar a existência de um absoluto metafísica como contraditório em mesma como se debate qualquer história de salvação.

3.3. O problema da religiosidade no campo da sociologia

Sociologicamente a religião se identifica como as estruturas criadas pela sociedade. Vemos uma sociedade hierarquizada com cultos formalizados acompanhados de doutrinas dogmáticas. Aqui a Igreja é a sociedade perfeita muito bem organizada.

4. Conclusão

A religião assume um papel relevante para a manutenção da ordem social. Certos governos no passado assim como na actualidade adoptaram a religião para governar ,e sensebilizar as pessoas a crer nesta realidade. Gimbattista  vico olha para a religião e convida os governantes a se deixar guiar pelos principios religiosos para que as familias  e a sociedade vivam em harmonia e paz. Para outros teoricos como Marx ,Feurbach olham para a religião de uma forma crítica, pois para Marx a religião cria as desigualdades e no seu entender não contribui de uma forma positiva para o desenvolvimento das sociedades, para Marx conta mas o valor economico ou o capital.
Analisando as varias abordagens aqui apresentadas concordo com o postulado de vico, visto que a religião trava certos males que enfermam a nossa sociedade, uma vez que as pessoas dotadas destes princípios não se deixam guiar por outros  princípios, procuram levar uma vida aceite pela comunidade, Ou seja, sociedade.
A crença em divinidades e numa vida após a morte define o núcleo da religiosidade e se exprime na experiencia do sagrado. E a tendência em projectar uma vida futura leva-nos a considerar as primeiras manifestações religiosas como rituais fúnebres.




5. Bibliografia

CHAUI, Marilena. (2005).  Convite à Filosofia. Ed. Àtica, São Paulo, 2005.
AA.VV. (1992). Enciclopédia Logos Luso-Brasileira, Edições Verbo, IV,Lisboa-São Paulo.
Reale, Giovanni. (1990). História da filosofia. Antiguidade e Idade Média, I:, Edições Paulus.
São Paulo.
REALE, Giovanni, ANTISERI, Dário. (19902)   História da Filosofia, I, São Paulo.

SCHLENSINGER, Hugo / PORTO, Humberto, Dicionário Enciclopédico das Religiões, editorial vozes, Petrópolis, II.

ZILLES, Urbano. (1991). Filosofia de Religião, Edições paulinas, São Paulo.

Eliade, Mircea. (1989) The Quest, university of Chicago 1969, tradução de Teresa Louro Pérez. As origens. Lisboa.
_________________. O sagrado e o profano, A essência das religiões, Edições Livros do Brasil, Lisboa- São Paulo.

MARTÍNEZ, Francisco Lerma. (2007). África y sus formas de vida espiritual, edicines Laborum, España.
__________________. (1995). Religiões Africanas Hoje,Introdução ao estudo das Religiões Tradicionais Africanas, Edições Bosco, Maputo.











[1]Cfr:  TAVARES Manuel, Guia do estudante de Filosofia, ed. Presença,1999, p.178
[2] M. Eliade, The Quest, university of Chicago 1969, tradução de Teresa Louro Pérez. As origens. Lisboa 1989, P. 9.
[3] CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Ed. Àtica, São Paulo, 2005, P. 252.
[4] Cf., H. Schlensinger- H. Porto, Dicionário enciclopédico das religiões, Editorial Vozes, Petrópolis, II, 2195.
[5] Cf., Aa.VV. Religiões, 19-21.
[6] Uns admitem que o fenómeno religioso começou a ser manifestado pelo homem desde o momento que ele existiu, ou seja, é conatural ao homem; por sua vez, outros remontam a religião num contexto a cem mil anos atrás com o surgimento do homem Sapiens ou Neardenthal; cf., Aa.vv., História, 7, 3º ciclo de ensino básico, ed. Constância, Lisboa 1992, 9.
[7] Cf., Religião, in Enciclopedia Logos luso-brasileira, IV, ed., Verbo, Lisboa-São Paulo 1992, 234.
[8] Cfr. Semana Filosófica, Ano IV, II, 2003, p.40
[9] Cfr. Semana Filosófica, Ano IV, II, 2003, p.69
[10] EDERSON Perry, Passagem da Antiguidade ao Feudalismo, brasil,1998, p128

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